quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Lula e o Rei Sol

Descontinuei temporariamente o Blog  por estar  envolvido de corpo e alma no meu livro infanto-juvenil  “O Tamanduá na Ilha dos Ouriços Gigantes” agora na 2ª revisão. Terá ilustrações de Vinicius Vogel cujos  trabalhos publicados aqui e no Canadá são excelentes.  

LULA E O REI SOL


Lula deu uma inequívoca demonstração de  Cultura, ao declarar que O povo mais pobre não precisa mais de formador de opinião “...” Nós somos a opinião pública“. Isto foi  em recente comício,  se não me engano em Minas  Gerais - ato absolutamente dispensável visto estar no topo das pesquisas de opinião, com sua candidata bombando. 
 Sem dúvida, veio-lhe a cabeça, e não hesitou em parafrasear ,a máxima de um outro Luis - que reinou até 70 anos - Luiz XIV da França, - o Rei Sol - que no auge do absolutismo  cravou esta: “L'Etat c'est mois" ou “O Estado sou eu.” Embora mais humilde, Lula se iguala na sobeba. Usa  “nós “ (Plural majéstico),  querendo dizer “Eu”: "Eu sou a opinião pública”. Como escreve  Zuenir Ventura, que publicou primeiro   a relação ente Lula e  Louis XVI: “Sua Majestade Luiz Inácio, o nosso Rei-Estrela (vermelha), não diria hoje ‘o Estado sou eu’, mas ‘somos nós’ .
 O reinado dos glamorosos dos Luises, acabou no fim do século XVIII, com Luis XVI, marido de Maria Antonieta – a dos Brioches. Eles não foram perdoados pela opinião pública nem pela imprensa da época. Ele, pelos rombos crônicos - também herdados dos Luises precedentes - nas contas  do reino, face às enormes despesas  com os desvarios pessoais; aos custos em manter a corte e seus caprichos; ao  esporte de fazer guerras fúteis. Ela, estrangeira, por escândalos amorosos. Acusados de traição, num gesto tresloucado, ou não, foram condenados à guilhotina.

Era a Revolução Francesa, no fim do século XVIII, com o  fim da Monarquia e o início da República. Nesta esta época ainda éramos Colônia e nossa Monarquia surge mais de vinte anos depois.
Para o horror das cabeças coroadas do velho continente, Luis não conseguiu dar um jeito, recebeu um basta. Sempre há uma primeira vez! Foi decapitado. Matéria Antonieta, seis meses depois.
Lembro-me deque um século depois, por conta de outra  Revolução - a  Russa - o Tzar Nicolau II foi  fuzilados com toda a família.
       A Revolução Francesa abriria novos rumos para a humanidade, implantando os alicerces da democracia moderna.
Ficou uma indagação que persiste até hoje: como lidar com a corrupção que atinge as instituições democráticas, a classe política, o aparelho estatal, os governos, por conta de políticos, dos burocratas, dos governantes sanguessugas, aves- de- rapina do erário nacional. É claro que isto já deveria existir antes, com outra roupagem.
Nenhuma evolução conseguiu livrar-nos deles, nenhuma revolução, nenhuma ditadura - que podea até servir para acobertá-los.






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