Não tenho o costume de assistir a desfile de Escolas de Samba, pois pouco me chamam a atenção, quando sábado à noite, me senti atraído pelo desfile do Salgueiro. Era o desfile das Escolas Campeãs. Fique magnetizado, não só pela riqueza, mas, sobretudo pelo jogo de colores das fantasias, a originalidade inusitada e fascinante. E a beleza irradiante das passistas sambando, o modo também inusitado como estavam vestidas - ou despidas. Fiquei preso ao espetáculo, com closes interessantes em destaques ou pessoas importantes. O narrador, que tinha vindo diretamente de São Paulo, era sofrível, mas muito bem assessorado por dois entendidos e apaixonados pelo carnaval: dava para entender bem o que ocorria, embora com certa auto-censura dos especialistas.Aí caí em mim: estava na, BAND, assistindo ao carnaval da BAND. Outra coisa! Não o espetáculo careta, saia-justa, chatíssimo da Globo.
Vejam, cheguei a pensar que haviam abolido o nu, no carnaval! A Globo foi quem aboliu o nu, tendo em vista possíveis emissões para o estrangeiro.
Eu estava vendo era outro espetáculo.
Depois, veio Vila Isabel - com Martinho da Vila ao vivo -, cantando os 100 anos de Noel Rosa. Nada digno de nota, exceto por Martino ter composto, após anos de ostracismo voluntário, um Samba Enredo, que não pegou!
Por que então ficou em 3º lugar? Especula-se que foi pelo buraco, pelas ausências ilustres . Pelo medo de sofrer vaias, a Escola foi castigada. Nem um monumental Juscelino, nada parecido com o próprio, a salvou. Dizem que desfilou amedrontada.
Seguiu-se a Unidos do Grande Rio, homenageando a Marques de Sapucaí, trouxe momentos e lembranças comoventes de outros carnavais. Como alguns, inesquecíveis, de Joãozinho Trinta, com mendigs, ratos, urubus e lixo. Ele estava presente, sentado num carro num preto, ladeado por 3 garotos de sunga de cada lado.
Brizola e Niemayer, idealizadores e construtores da passarela, vieram esculpidos em prata, num carro discreto.
A esta altura, devo ter pegado no sono e perdi a campeã – após 60 de jejum-, a Unidos a Tijuca, do morro do Borel. Assim, não pude conferir.Casualmente, no dia do Desfile Oficial, vi o Batmam e o Homem Aranha, must da Unidos.
CONCLUSÃO: sabemos do muito do mundo, muitíssimo, mais que nunca. Mas, prestem atenção, sabemos o que a MÍDIA nos mostra. Sabemos infinitamente mais, mas pelo olhar que querem nos mostrar. Havia um acordo internacional, ente órgão da imprensa, para não noticiar suicídios- que podem casar epidemias. Assim, há tabus encontrados em qualquer manual de redação de grandes jornais, sobre temas polêmicos como religião, raciais, homossexualidade, etc.
Obrigado, BAND.
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